terça-feira, 19 de julho de 2011

Imperfeita



Das coisas que descobri é que quero ser imperfeita.
Ser imperfeita é ser complexo. Talvez muito mais do que ser perfeito.
Ser perfeito é trazer certa regra, disciplina e rigidez.
Ser imperfeita é brincar com o caos e a desordem, pois a imperfeição é a descoberta das possibilidades.

Ser imperfeito é ter que evoluir continuamente, ser impaciente e mutável.

Ser imperfeita é ter que aprender com os erros e saber que vai errar de novo. É amar, perder e amar novamente.

É rir dos enganos, saber que mudará no futuro e ter saudades do passado.

Ser imperfeita é diluir a perfeição com os erros.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Scenic World



"The lights go on..
The lights go off...
When things don't feel right.
I lie down like a tired dog,
licking his wounds in the shade

When I feel alive.
I try to imagine a careless life,
a scenic world where the sunsets are all breathtaking..."

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Meia Noite em Paris (Midnight in Paris)


(2011 - Direção Woody Allen).


Woody Allen é um diretor consagrado. Porém, considero sua obra heterogênea. Existem filmes excelentes como "Match Point", divertidos e despretensiosos como "Vicky, Cristina Barcelona" outros não tão bons como "Você vai conhecer o homem dos seus sonhos".

Mas acho que em "Meia Noite em Paris" Woody conseguiu com um filme divertido e interessante declarar todo o amor que Paris merece.

No filme o casal Owen Wilson (Gil) é um roteirista de Hollywood desiludido, prestes a se casar com a americana Inez (Rachel McAdams) enquanto escreve seu primeiro romance. O casal está em Paris acompanhando os pais da noiva em um negócio e Gil se derrete de amores pela cidade enquanto Inez se deixa seduzir por um amigo pedante e casado.

Gil numa passagem inverossímel retorna à Paris dos anos 1920 e passa a conviver com Gertrude Stein, Scott e Zelda Fitzgerald, Hemingway, Dali,  Picasso, Buñuel, Man Ray, Cole Porter.

O filme faz piadas inteligentíssimas quando Gil dança com Djuna Barnes e diz que não se impressionou pelo fato dela querer liderar. Ele antecipa o roteiro de “O Anjo Exterminador” para Buñuel, que não o não entende e se questiona: “Por que as pessoas ficam presas na casa?” e Gil responde que ele vai saber responder isso. O filme é cheio de passagens divertidas por exemplo no encontro com Dali e os surrealistas e ainda cita frases de Hemingway para o próprio.

Mais do que isso, o filme questiona qual seria a verdadeira idade de ouro de Paris quando ele retorna ainda mais no tempo para a "Bella Epoque" sentando no Moulin Rouge com Toulouse-Lautrec, Gauguin e Degas.

O filme passa pelas muitas "Paris" do imaginário coletivo, Paris de dia é tão linda como a Paris a noite, que no final das contas são cidades diferentes. Na verdade, o filme me surpreendeu porque conseguiu terminar com um questionamento de que o cotidiano com as suas mazelas sempre nos fazem querer remeter a um tempo que não é nosso e uma mensagem que muitas vezes nos esquecemos  que é "Carpe Diem" e aproveite Paris na chuva que é tão linda quanto as outras.


Escrevi pouco sobre Paris mas quando estive lá fiz questão de passear Montmartre, Saint-German, Montparnasse, La Marrais, e estive pessoalmente no Deux Magots e Polidor.

Quem já teve a oportunidade de visitar Paris sabe que o filme é um prato cheio. Paris aos amantes da boa literatura, pintura, música e todas as outras artes sempre foi uma meca. Andar por Paris e suas ruas é se inspirar e ser inspirado por cada detalhe. Pois no final das contas quem está disposto a conhecer Paris acaba se sentindo como Gil.