quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Tudo Novo De Novo...



Não existe ano novo na vida velha...
Talvez o velho ainda influencie o novo.
Mas o novo não influencia o passado.
Vamos começar de novo,
Mas vamos começar...
Ir até a exaustão,
Nem que seja no fim das coisas.




terça-feira, 8 de novembro de 2011

Show do Pearl Jam


Eu confesso que nunca fui uma grande fã do Pearl Jam, nunca comprei um cd e até mesmo fazia download das suas músicas. Mas Pearl Jam sempre esteve ali presente. O Pearl Jam é a banda dos nossos irmãos caçulas, falo isso pois sou da geração que descobriu o Atari, o Pearl Jam é da geração que chegou na sala com o video game já ligado.
Longe da euforia dos anos 80 o Pearl Jam é a geração dos anos 90. Uma geração que para mim não tinha muito o que dizer, muita representatividade. Suas músicas não são meu grito e nem meus conflitos.
São bandas caçulas perto das grandes bandas de rock como foi o Metallica e até mesmo o GN´R.
Foram bandas que nasceram em Seattle, inspiradas nas bandas punks e usando aquelas camisas xadrez. O seu grito nunca foi de protesto, sempre foi de que eu faço parte de um mundo de desajustados. Nesta geração Kurt Cobain não mudou o mundo, preferiu explodir seus miolos e abdicar o mundo e a si mesmo de seu talento. Mas o Pearl Jam continuou ai, cresceu e foi escola para esses desajustados.
Mas mesmo assim fui para o show muito empolgada. Primeiro porque sabia que teria excelentes companhias.
Mas o que eu vi superou as minhas expectativas.  O Pearl Jam sabe ser "Rock in Roll". Confesso que gostei mais da apresentação deles este ano do que de antigos ídolos meus como o GN´R e Metallica. O show é simples, a montagem do palco idem... Mas os caras compensam na música.
O show começou "Release" e logo no começo já tiveram grandes sucessos como "Daughter" e "Even Flow". Eddie Vedder é um cara simpático e mostrou muita empatia com o público. Alias público que o conhece de longa data e sabia as letras de suas canções.
Além disso, o Pearl Jam ganhou a minha simpatia pela escolha da banda de abertura o The X, uma banda californiana punk com mais de 20 anos de estrada e um som para ninguém botar defeito. Palmas para o Pearl Jam por mostrar para muitos daqueles jovens pela primeira vez um som que é longe de ser comercial.
Uma apresentação bem feita, simpática e com direito a covers excelentes como "Neil Young - People Rockin´in a free world" e "Ramones - I believe in Miracle". O Pearl Jam nunca escondeu que os Ramones são uma referência para eles e mais uma vez palmas para os caras trazerem essas referências para essa geração. Uma das últimas músicas foi "Alive" e um coro de 50 mil pessoas "Oh, I still alive.... Oh, I still alive..."
Eu me emocionei, pois no final das contas a vida é isso, continuar vivendo e encontrando como neste coro, vozes iguais a sua.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Vida é Um Entra e Sai de Pessoas


Não levantei para dizer adeus.
Não fiquei para dizer que queria que você ficasse.
A vida é um entra e sai de pessoas.
Acostume-se a isso!

Um dia sentirá falta do que deixou para trás.
Sentirá vontade de seguir adiante.
Eu disse que a vida era assim.
Acostume-se a isso!

Um dia você tentará fugir dos seus próprios demônios.
No outro buscará encontrar o que existe dentro de si.
A vida é um paradoxo de você.
Acostume-se a isso!

Não existe lugar seguro e não existem despedidas.
Eu disse que a vida era assim.
Acostume-se a isso!



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Segue teu destino


Segue o teu destino,


Rega as tuas plantas,

Ama as tuas rosas.

O resto é a sombra

De árvores alheias.



A realidade

Sempre é mais ou menos

Do que nós queremos.

Só nós somos sempre

Iguais a nós-próprios.



Suave é viver só.

Grande e nobre é sempre

Viver simplesmente.

Deixa a dor nas aras

Como ex-voto aos deuses.



Vê de longe a vida.

Nunca a interrogues.

Ela nada pode

Dizer-te. A resposta

Está além dos deuses.



Mas serenamente

Imita o Olimpo

No teu coração.

Os deuses são deuses

Porque não se pensam.

    (Odes de Ricardo Reis heterônimo Fernando Pessoa)

    segunda-feira, 19 de setembro de 2011

    Uma Noite no Studio SP


    Ao olhar post antigos percebi que faz tempo que não escrevo sobre os lugares que frequento. Por isso resolvi escrever sobre o Studio SP. A casa fica localizada na região da Baixa Augusta.
    A Rua Augusta talvez seja o lugar mais democrático de Sampa. Nela vc pode encontrar todas as tribos, sujeitos convivendo ou melhor coabitando os mesmos lugares.Eu tive o prazer de morar por alguns anos na Antonio Carlos, rua que corta a Augusta e pude andar muito por ali.

    Porém, semana passada fui no Studio SP e assisti a Miranda Kassin. Com uma voz sensacional e uma presença de palco invejável com certeza trata-se de um dos excelentes cover da Amy. Mas a Miranda é sinônimo de música boa a noite inteira e o repertório vai além com composições dos Beatles, Lou Reed, Rolling Stones...etcs.

    A casa é bem confortável e sua decoração bem Augusta com grafites e paredes pretas. Para quem gosta do clima alternativo cult é uma boa pedida. O ponto alto é a Stella Atois gelada mas fique longe das caipirinhas pois não são muito saborosas. O mesmo posso dizer dos drinques.

    Mas vale a pena curtir uma noite por lá com certeza boa música e uma atmosfera curiosa vc vai encontrar e isso já é uma diversão. Dica: Chegue cedo ou compre seu ingresso antes!

    STUDIO SP ESPAÇO CULTURAL LTDA

    Rua Augusta, 591
    CEP: 01305-000 - São Paulo
    Tel/Fax: (55 11) 3129-7040
    E-mail: studiosp@studiosp.org

    quinta-feira, 8 de setembro de 2011

    Socorro - Arnaldo Antunes




    Socorro, não estou sentindo nada
    Nem medo, nem calor, nem fogo
    Não vai dar mais pra chorar
    Nem pra rir...

    Socorro, alguma alma, mesmo que penada
    Me empreste suas penas
    Já não sinto amor, nem dor
    Já não sinto nada...

    Socorro, alguém me dê um coração
    Que esse já não bate nem apanha
    Por favor, uma emoção pequena
    Qualquer coisa
    Qualquer coisa que se sinta
    Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.

    Socorro, alguma rua que me dê sentido
    Em qualquer cruzamento
    Acostamento
    Encruzilhada
    Socorro, eu já não sinto nada
    Socorro, não estou sentindo nada
    Nem medo, nem calor, nem fogo
    Nem vontade de chorar
    Nem de rir...

    Socorro, alguma alma, mesmo que penada
    Me empreste suas penas
    Já não sinto amor, nem dor
    Já não sinto nada...

    Socorro, alguém me dê um coração
    Que esse já não bate nem apanha
    Por favor, uma emoção pequena
    Qualquer coisa...
    Qualquer coisa que se sinta
    Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva
    Qualquer coisa que se sinta,
    Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva...


    quarta-feira, 31 de agosto de 2011

    I Hate You Soundtrack



    A vida é cheia de trilhas sonoras.  Seja na infância e quando crescemos temos trilha sonora para o amor não declarado, aquele vivido, perdido....Neste blog de vez enquando preparo listas. Já preparei listas para lugares para namorar, leituras, fugir e porque não listas com músicas para fim de relacionamento?


    Imaginem vocês leitores a seguinte situação. O relacionamento acabou e você não está achando ruim. Mas  tem horas que você pode estar simplesmente com raiva. Pode ser porque a pessoa não se esforçou, pq vc perdeu seu tempo com a pessoa errada...

    O fato é que não são criadas tantas músicas para quando queremos odiar ou simplesmente dizer que não importa mais. Foi pensando nisso e numa conversa recente com alguns amigos que criei uma trilha sonora para você simplesmente seguir em frente longe daquelas músicas chorosas de corações partidos.


    E se você sentir vontade de mandar alguma música para aquele desafeto?! Fica à vontade !!
    Se quiser fazer download da seleção zipada clique aqui!
    Se quiser ouvir a música no Youtube é só clicar no link :)


    1. Don't think twice, It's all Right - Bob Dylan

    Bob Dylan o mestre do rock compôs um som bem legal para um casal que chegou num ponto que a indiferença tomou conta e por isso, valeu a pena seguir em frente e não pensar duas vezes.

    "I'm walkin' down that long, lonesome road, babe
    Where I'm bound, I can't tell
    But goodbye's too good a word, babe
    So I'll just say fare thee well
    I ain't sayin' you treated me unkind
    You could have done better but I don't mind
    You just kinda wasted my precious time
    But don't think twice, it's all right"


    2. Walk Away - Franz Ferdinand


    Sim, Franz Ferdinand também fez um som ótimo para dizer que já ficou tempo demais! Para aquele desafeto que já vai tarde e sua maior alegria e vê-lo fechando a porta para nunca mais voltar. Você pode simplesmente dizer "Por que vc não vai embora?" Precisa de algo mais?


    "And I am cold, yes I'm cold
     but not as cold as you are
    I love the sound of you walking away, you walking away
    I love the sound of you walking away
    Walking away, hey hey


    Why don't you walk away?
    Why don't you walk away?
    Why don't you walk away?


    No buildings will fall down
    Won't you walk away?
    No quake will split the ground
    Won't you walk away?
    The sun won't swallow the sky
    Won't you walk away?
    Statues will not cry
    Won't you walk away?"


    Sim, os roqueiros rebeldes do Deep Purple disseram um basta! Essa é para aquela quando você já excluiu de todos os canais de comunicação e  "Afinal sim devemos permanecer como estranhos". 

    "And if you hear me talking on the wind
    You've got to understand
    We must remain
    Perfect Strangers"


    Ugly Kid Joe foi uma banda que ouvi muito na minha adolescência e essa música também. Sabe quando você não consegue nem ouvir suas bandas favoritas porque lembra da pessoa? Não consegue nem passar em frente dos lugares que vocês costumavam frequentar? Então essa múica é para você!! Então nada como odiar alguém com este som! Porque no final tudo o que vc quer dizer é "Eu odeio tudo sobre você".

    "Everything about you, everything about
    I get sick when I'm around
    I can't stand to be around
    I hate everything about you"


    Sim, temos músicas excelentes para cantar em bom e alto português sobre o como nos enganamos com aquela pessoa. Por isso aumenta o som e cante alto. Não me chame e não olhe para trás...

    "Você diz não saber
    O que houve de errado
    E o meu erro foi crer
    Que estar ao seu lado
    Bastaria!
    Ah! Meu Deus!
    Era tudo o que eu queria
    Eu dizia o seu nome
    Não me abandone jamais...


    6. Olhos nos Olhos - Chico Buarque
    O mestre Chico Buarque tem várias músicas para odiar como Teresinha, Samba do Grande Amor, Trocando em Miudos. Mas escolhi essa...por causa deste trecho:

    "Quando você me quiser rever
    Já vai me encontrar refeita, pode crer.
    Olhos nos olhos,
    Quero ver o que você faz
    Ao sentir que sem você eu passo bem demais
    E que venho até remoçando,
    Me pego cantando, sem mais, nem por quê.
    Tantas águas rolaram,
    Quantos homens me amaram
    Bem mais e melhor que você."
    Essa música não chega a ser uma música para odiar alguém. Mas quando você quiser pintar tudo de preto pode ser um sinal de que odeia alguém. 
    "I look inside myself. And see my heart is black. I see my red door. And it has been painted black.."
    8. I used to love her - Guns n' roses
    GnR sempre foi sinônimo de polêmica, mais do que odiar essa música mostra as últimas consequências daquele amor que acabou. Mas antes que o leitor desavisado ache que é um estímulo para isso. Mate ela (e) dentro de você e boas! 

    "She bitched so much,
    she drove me nuts
    And now we're happier this way, alright
    (whoa yeah)
    (whoa)
    (whoo-oo yeah)
    I used to love her,
    but I had to kill her
    I used to love her(ooooh yeah)
    but I had to kill her
    I had to put her, six feet under
    and I can still hear her complain yeah-eeeah"
    Até os Beatles foram capaz de fazer uma música cheia de ódio. Cheia de criatividade e ameaçando um garota dizendo que prefere vê-la morta do que com outro homem. Terrível não?
    "I'd rather see you dead, little girl,
    Than to be with another man.
    You better keep your head little girl,
    Or you won't know where I am.
    You better run for your life if you can, little girl;
    Hide your head in the sand little girl;
    Catch you with another man,
    That's the end, little girl."
    Uma letra cheia de ódio e rancor. Pior, quando o relacionamento cai no cinismo de "vamos ser bons amigos". A pergunta é será? Se você acha impossível eu acho que este é o seu som...
    "Don't bother saying sorry
    Why don't you come in?
    Smoke all my cigarettes - again.
    Everytime I get no further
    How long has it been?
    Come on in now
    Wipe your feeton my dreams.


    You take up my time
    Like some cheap magazine
    When I could have been
    learning something
    Well, you know what I mean.


    I've done this before
    And will do it again
    C'mon and kill me baby
    Whilst you smile like a friend
    And I'll come running
    Just to do it again."


    Essa música é um clássico!! Cheia de ódio e rancor Alanis canta em alto e bom som o que todos desafetos gostariam de dizer.

    "'Cause the love that you gave, that we made
    Wasn't able to make it enough
    For you to be open wide, no
    And every time you speak her name
    Does she know how you told me you'd hold me
    Until you died?
    'Til you died?
    But you're still alive


    And I'm here to remind you
    Of the mess you left when you went away
    It's not fair to deny me
    Of the cross I bear that you gave to me
    You, you, you oughta know"


    11. Bohemian Rhapsody - Queen

    Essa música não chega a ser uma música de um relacionamento e na qual você poderia dedicar a alguém. Porém, gosto muito da parte que eu vou transcrever abaixo. Por isso, foi uma decisão pessoal então considere você leitor como um "Bonus Track". Afinal como dizem os próprios "Nada realmente importa. Qualquer um pode ver. Nada realmente importa. Nada realmente importa pra mim" e não importa o que aconteça o vento continua a soprar e você leitor(a) deve ser feliz :)

    "No, no, no, no, no, no, no
    Oh mama mia, mama mia, mama mia let me go
    Beelzebub has a devil put aside for me


    For me (2x)

    So you think
    You can stone me and spit in my eye
    So you think you can love me
    And leave me to die


    Oh baby, can't do this to me baby
    Just gotta get outJust gotta get right outta here
    Oh, oh yeah, oh yeah
    Nothing really matters
    Anyone can see
    Nothing really matters
    Nothing really matters to me

    Anyway the wind blows"



    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Dona Joana


    Sempre aprendi que mulher devia ser um bicho corajoso. Não devia chorar à toa e se chorasse devia esconder esse choro. Desde pequena ouvi: "engole esse choro menina!" Como se chorar mostrasse ao mundo minhas feridas, num mundo que não está pronto para conhecê-las.

    Assim fui crescendo, engolindo os choros, cuidando das minhas feridas e esperando virarem cicatrizes. Porque mulher de verdade é igual a Joaninha. Uma carapaça grossa mais adornada, que caminha com dificuldade mas carrega essa caparaça pronta a mostrar ao mundo. A dona Joana é mulher de verdade, forte e bela.

    Pois é, existem mulheres e mulheres. Algumas são borboletas...frágeis e coloridas que voam por aí. Outras são joaninhas, coloridas mas com uma carapaça que só ela sabe o peso de carregá-la.

    Este não é um texto feminista que vai discutir o que é melhor, ser borboleta ou joaninha. Mas aprendi ser joaninha e sendo joaninha sei o que isso significa. Porém, nunca pensei em ser borboleta. Não quero a metamorfose. Eu quero o mundo do jeito que eu quero.

    "Viver é um lugar perigoso" citando assim Guimarães Rosa. Pois é, no mundo borboletas e joaninhas sempre estão correndo riscos. Hoje quero ser mais Joaninha, quero a minha carapaça colorida voando com as suas dificuldades por ai. Mas não deixo de voar, mesmo sendo uma tarefa árdua. Sei que mesmo na caparaça existe beleza, fragilidade e feminilidade. A dona Joana não é menos fêmea que a borboleta.

    Hoje quando caminhava uma joaninha pousou no meu cabelo, sem saber o que era, dei um tapa e ela saiu voando. Pois é, se fosse uma borboleta talvez tivesse visto antes e não teria deixado pousar. Mas, se não tivesse visto no tapa que eu dei ela iria desmontar e cair no chão. Mas ao tirar a dona Joana ela saiu voando, meio cambaleando mais voou alto até sumir... Eu disse: "voa dona Joana que existe um lugar neste mundo de tapas, pousos e madeixas que é seu!!"




    terça-feira, 9 de agosto de 2011

    Talvez




    Talvez exista um lugar onde amar seja seguro.
    Neste lugar um afago signifique proteção.
    Querer bem seja querer juntos.
    Dizer eu desejo que você seja feliz, signifique eu vou te fazer.

    Talvez exista um lugar que o destino não pregue peças.
    Sejamos nós os comandantes deles e não suas marionetes.
    Que exista um tempo de recomeçar sem olhar para trás.
    Um lugar que não falte fôlego para isso.

    Um lugar que o amor vença a loucura.
    Possua a ingenuidade e a doçura.
    Talvez exista um lugar que fechar os olhos não signifique ver você.

    Talvez exista um lugar que as pessoas só precisem dos olhos para sorrirem.
    E usem as bocas para sentir ao invés de dizerem adeus.

    terça-feira, 19 de julho de 2011

    Imperfeita



    Das coisas que descobri é que quero ser imperfeita.
    Ser imperfeita é ser complexo. Talvez muito mais do que ser perfeito.
    Ser perfeito é trazer certa regra, disciplina e rigidez.
    Ser imperfeita é brincar com o caos e a desordem, pois a imperfeição é a descoberta das possibilidades.

    Ser imperfeito é ter que evoluir continuamente, ser impaciente e mutável.

    Ser imperfeita é ter que aprender com os erros e saber que vai errar de novo. É amar, perder e amar novamente.

    É rir dos enganos, saber que mudará no futuro e ter saudades do passado.

    Ser imperfeita é diluir a perfeição com os erros.

    sexta-feira, 15 de julho de 2011

    Scenic World



    "The lights go on..
    The lights go off...
    When things don't feel right.
    I lie down like a tired dog,
    licking his wounds in the shade

    When I feel alive.
    I try to imagine a careless life,
    a scenic world where the sunsets are all breathtaking..."

    quinta-feira, 7 de julho de 2011

    Meia Noite em Paris (Midnight in Paris)


    (2011 - Direção Woody Allen).


    Woody Allen é um diretor consagrado. Porém, considero sua obra heterogênea. Existem filmes excelentes como "Match Point", divertidos e despretensiosos como "Vicky, Cristina Barcelona" outros não tão bons como "Você vai conhecer o homem dos seus sonhos".

    Mas acho que em "Meia Noite em Paris" Woody conseguiu com um filme divertido e interessante declarar todo o amor que Paris merece.

    No filme o casal Owen Wilson (Gil) é um roteirista de Hollywood desiludido, prestes a se casar com a americana Inez (Rachel McAdams) enquanto escreve seu primeiro romance. O casal está em Paris acompanhando os pais da noiva em um negócio e Gil se derrete de amores pela cidade enquanto Inez se deixa seduzir por um amigo pedante e casado.

    Gil numa passagem inverossímel retorna à Paris dos anos 1920 e passa a conviver com Gertrude Stein, Scott e Zelda Fitzgerald, Hemingway, Dali,  Picasso, Buñuel, Man Ray, Cole Porter.

    O filme faz piadas inteligentíssimas quando Gil dança com Djuna Barnes e diz que não se impressionou pelo fato dela querer liderar. Ele antecipa o roteiro de “O Anjo Exterminador” para Buñuel, que não o não entende e se questiona: “Por que as pessoas ficam presas na casa?” e Gil responde que ele vai saber responder isso. O filme é cheio de passagens divertidas por exemplo no encontro com Dali e os surrealistas e ainda cita frases de Hemingway para o próprio.

    Mais do que isso, o filme questiona qual seria a verdadeira idade de ouro de Paris quando ele retorna ainda mais no tempo para a "Bella Epoque" sentando no Moulin Rouge com Toulouse-Lautrec, Gauguin e Degas.

    O filme passa pelas muitas "Paris" do imaginário coletivo, Paris de dia é tão linda como a Paris a noite, que no final das contas são cidades diferentes. Na verdade, o filme me surpreendeu porque conseguiu terminar com um questionamento de que o cotidiano com as suas mazelas sempre nos fazem querer remeter a um tempo que não é nosso e uma mensagem que muitas vezes nos esquecemos  que é "Carpe Diem" e aproveite Paris na chuva que é tão linda quanto as outras.


    Escrevi pouco sobre Paris mas quando estive lá fiz questão de passear Montmartre, Saint-German, Montparnasse, La Marrais, e estive pessoalmente no Deux Magots e Polidor.

    Quem já teve a oportunidade de visitar Paris sabe que o filme é um prato cheio. Paris aos amantes da boa literatura, pintura, música e todas as outras artes sempre foi uma meca. Andar por Paris e suas ruas é se inspirar e ser inspirado por cada detalhe. Pois no final das contas quem está disposto a conhecer Paris acaba se sentindo como Gil.

    terça-feira, 31 de maio de 2011

    Wake Up Alone


    Composição : Amy Winehouse / Paul O'Duffy


    It's okay in the day I'm staying busy

    Tied up enough so I don't have to wonder where is he

    Got so sick of crying

    So just lately

    When I catch myself I do a 180

    I stay up clean the house

    At least I'm not drinking

    Run around just so I don't have to think about thinking

    That silent sense of content

    That everyone gets

    Just disappears soon as the sun sets



    He gets fierce in my dreams

    Seizing my guts

    He floats me with dread

    Soaked to the soul

    He swims in my eyes by the bed

    Pour myself over him

    Moon spilling in

    And I wake up alone



    If I was my heart

    I'd rather be restless

    The second I stop the sleep catches up and I'm breathless

    This ache in my chest

    As my day is done now

    The dark covers me and I cannot run now

    My blood running cold

    I stand before him

    It's all I can do to assure him

    When he comes to me

    I drip for him tonight

    Drowning in me we bathe under blue light



    He gets fierce in my dreams

    Seizing my guts

    He floats me with dread

    Soaked to the soul

    He swims in my eyes by the bed

    Pour myself over him

    Moon spilling in

    And I wake up alone

    And I wake up alone

    And I wake up alone

    And I wake up alone

    terça-feira, 24 de maio de 2011

    Faz tempo...


    Faz tempo que não se criam histórias próprias. 
    Passagens aproximadas da verdade...
    Não existe nada na idealização, somente o medo da realidade.

    Deixou de existir porque virou real.
    Os sonhos acordados são na verdade alucinações.

    domingo, 22 de maio de 2011

    O Mundo Mágico de Escher




    Maurits Cornelis Escher (1898 - 1970) nasceu em Leeuwarden na Holanda e dedicou a sua vida às artes gráficas. Distinguem-se, usualmente, duas fases na obra de M. C. Escher. Antes de 1937, a obra de Escher é dominada pela representação da realidade visível, orientada inteiramente pela beleza das paisagens e arquitetura italianas. A partir de 1937, o pitoresco e o real deixam de lhe interessar. Agora, está fascinado com a regularidade e as estruturas matemáticas, a continuidade e o infinito inerente a todas as imagens, a reprodução de três dimensões sobre uma superfície bidimensional.

    Escher fixa-se nas construções da sua própria imaginação e as suas obras passam a exprimir aquilo que ele próprio designa por “pensamento visual”. Trabalha com formas geométricas que encontra nos mosaicos islâmicos e nas formações cristalinas e procura dar vida a esses padrões, substituindo formas abstratas por elementos reconhecíveis como animais, plantas ou pessoas.

    Os seus cadernos enchem-se de séries contínuas desses elementos, combinados de formas variadas, num processo que se poderia repercutir até ao infinito. A animação desses padrões conduz à série Metamorfoses, em que as várias estruturas se transformam sucessivamente umas nas outras. Escher não consegue expressar estas ideias em palavras, mas em imagens é capaz de torná-las claras. Daí que a sua obra possa ser considerada de “alto grau racional, porém, minimamente literária

    no sentido de que ele parafraseia em imagens as coisas que não poderiam ser reproduzidas em palavras”

    Quem considera a arte como uma expressão de sentimentos, terá de recusar esse estatuto à obra de Escher. Ela é determinada pela razão, tanto ao nível do objetivo, como da execução, neste sentido, a maior parte das suas gravuras possuem o carácter de uma investigação.


    Os Mundos Impossíveis




    Os mundos impossíveis como o próprio nome indica, trata-se de figuras e estruturas que sugerem com grande força ser tridimensionais, mas que, efetivamente, não estão construídas a três dimensões e a exposição de Escher no Centro Cultural do Banco do Brasil é a concretização destes mundos. A exposição embora mal explicada e um pouco desorganizada é capaz de causar vertigem nos visitantes. Outra crítica é a impossibilidade de fotografar parte das obras, sinceramente gostaria de um motivo plausível dos organizadores. Mas o fato é que dentre  planos, paralelos, infinitos e ilusão de ótica, o visitante irá passear por mais de 94 obras do artista que desafiou paradigmas do que seria arte e ainda hoje num mundo de "filmes 3D"  é inovador. 







    Local: CCBB- SP 
    19 Abril até 17 Julho.
    Horário: Terça a domingo das 09h as 20h.

    sábado, 14 de maio de 2011

    Mantenha se à direita...



    Parada esperando no semáforo vermelho.
    Sabia que o certo era virar à direita.
    Mas algo queria me levar à esquerda.

    Um "deja vù" da alma.
    Que dizia "Seja gaucho! Vira à esquerda!"
    Como se tudo o que eu conhecesse,
    Estivesse à esquerda de mim mesma.

    O verde acendeu.
    Fiquei parada, pensando...
    Podia ficar vermelho novamente.
    O carro atrás buzinou.
    Percebi que nem o tempo e o trânsito param.
    Olhei à minha esquerda calmamente...
    Virei à direita para descobrir novos caminhos.

    sábado, 7 de maio de 2011

    Aniversário



    O aniversário é uma espécie de Reveillon solitário...Hoje foi o dia de mais um aniversário. É estranho "aniversariar". As pessoas dizem "Feliz Aniversário" e a própria palavra "aniversário" aparenta ser uma mistura de ânimo, ver e ensaio". 

    Hoje como todos os aniversários, faço uma jornada através destes...

    Como um viajante, vou revendo fotos mentais, saudades, despedidas e reencontros.  Penso onde estarei nos próximos aniversários. Olho a minha volta e pergunto; "Até quando elas estarão aqui?" ou mais profundamente "Quem estará na última vela?"...

    Quantos aniversários significarão planejamento de novas viagens ou quantos serão para recordar as viagens vividas... Penso, revejo, sinto alegria pelos passados e saudades das coisas ainda não vividas. Penso que existe ainda muito tempo para passar e como a vela que apaga....a se desfazer.

    Eu me sinto livre no tempo a desfazer. Parafraseio Rubens Alves que diz " A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário.Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte..."


    quinta-feira, 5 de maio de 2011

    Ela não entendia qual era a intenção da vida...



    Ela tinha pensamentos dialéticos entre o foi e queria ser.
    Não são melhores ou piores do que é...

    Mas o que ela não entendia qual era a intenção da vida...
    Rostos e tempos desencontrados, vidas em rumos diferentes.
    Devia aprender com aquilo ou apenas sofrer e deixar passar...
    Devia sentir algo, aprender, esquecer ou nem sentir...

    Talvez essas eram perguntas mais complexas do que o sentido da vida.

    Ela não entendia qual era a intenção da vida e isto tomou conta de si...
    Um não entender que não a assustava, não significava, desafiava...
    Esse não entender dava uma morbidez tórpida a sua vida.
    Pois não sabia se importante era viver ou dizer que estava vivendo.

    sábado, 16 de abril de 2011

    Warrior of War



    Olhou para as suas mãos calejadas mas que ainda sentia o toque suave. Essas mãos que apertavam a carne com força e suavemente deslizava entre pulsos e cabelos.

    Tentava enxergar claramente através dos espelhos d'agua que se formam. Não se reconhecia na neblina da sua vida. Só novamente encontrava-se com seus demônios e pesadelos. Estava cansada...

    Questionou a legitimidade das lutas,  dos destinos traçado pelos feiticeiros.
    Teriam as bruxas a amaldiçoado-a? Porque tivera que lutar tanto? Foram reais os demonios e dragões mortos? Já não sabia...

     A espada, presa a sua bainha, jogou no chão e lentamente começou a despir a armadura. Tirou o capacete para libertar seus pensamentos. Voltou a sentir a sua pele, seus lábios sedentos e mudos.

    Tirou a armadura e conseguia sentir seu coração batendo. Não entendia porque..

    Seu pescoço doía, passava suas mãos tentando aquece-los. Aliviar a dor.

    Carregava o mundo nas suas costas, a expectativa, a ausência. Mas estava cansada...

    Foi despindo o resto da armadura aos poucos, suas cicatrizes ficavam cada vez mais desnudas. Cada uma era uma luta que perdida ou não a tinha a marcado para sempre. O seu rosto carregava as cicatrizes do tempo, através dos sulcos e expressões que começam a não abandoná-la. 

    Ao passo que mais se despia, mais vulnerável ficava. E se tivesse que lutar novamente? Como se protegeria? Mas queria voltar a sentir seu corpo, sua pele, seu toque, apenas seu calor perdido nas noites frias e solitárias...

    A lua brilhava, tentou se reconhecer no reflexo da armadura... Mal enxergava. Mas já estava desarmada...
    Sua pele era coberta apenas por uma anágua de algodão. Sentia frio...
    Deitou-se próximo a fogueira do seu coração. Adormeu, não sonhou.... 


    sexta-feira, 8 de abril de 2011

    Ismália




    Quando Ismália enlouqueceu,

    Pôs-se na torre a sonhar...

    Viu uma lua no céu,

    Viu outra lua no mar.


    No sonho em que se perdeu,

    Banhou-se toda em luar...

    Queria subir ao céu,

    Queria descer ao mar...


    E, no desvario seu,

    Na torre pôs-se a cantar...

    Estava perto do céu,

    Estava longe do mar...


    E como um anjo pendeu

    As asas para voar...

    Queria a lua do céu,

    Queria a lua do mar...


    As asas que Deus lhe deu

    Ruflaram de par em par...

    Sua alma subiu ao céu,

    Seu corpo desceu ao mar...



    Alphonsus de Guimaraens



    

    sexta-feira, 25 de março de 2011

    Teatro dos Vampiros

    (Legião Urbana)



    Sempre precisei

    De um pouco de atenção

    Acho que não sei quem sou

    Só sei do que não gosto...


    Nesses dias tão estranhos

    Fica a poeira

    Se escondendo pelos cantos

    Esse é o nosso mundo

    O que é demais

    Nunca é o bastante

    E a primeira vez

    Sempre a última chance

    Ninguém vê onde chegamos

    Os assassinos estão livres

    Nós não estamos...


    Vamos sair!

    Mas não temos mais dinheiro

    Os meus amigos todos

    Estão, procurando emprego...


    Voltamos a viver

    Como há dez anos atrás

    E a cada hora que passa

    Envelhecemos dez semanas...


    Vamos lá, tudo bem!

    Eu só quero me divertir

    Esquecer dessa noite

    Ter um lugar legal prá ir...


    Já entregamos o alvo

    E a artilharia

    Comparamos nossas vidas

    Esperamos que um dia

    Nossas vidas

    Possam se encontrar...


    Quando me vi

    Tendo de viver

    Comigo apenas

    E com o mundo

    Você me veio

    Como um sonho bom

    E me assustei

    Não sou perfeito...


    Eu não esqueço

    A riqueza que nós temos

    Ninguém consegue perceber

    E de pensar nisso tudo

    Eu, homem feito

    Tive medo

    E não consegui dormir...


    Vamos sair!

    Mas não temos mais dinheiro

    Os meus amigos todos

    Estão, procurando emprego...


    Voltamos a viver

    Como a dez anos atrás

    E a cada hora que passa

    Envelhecemos dez semanas...


    Vamos lá, tudo bem

    Eu só quero me divertir

    Esquecer dessa noite

    Ter um lugar legal prá ir...


    Já entregamos o alvo

    E a artilharia

    Comparamos nossas vidas

    E mesmo assim

    Não tenho pena de ninguém...