sábado, 29 de maio de 2010

Lemon Tree



O filme mostra uma viúva palestina de meia idade, Salma Zidane (Hiam Abbas) que mora na região da Cisjordânia, fazendo compotas de limões retirados do seu pomar que é herança do seu pai.
Porém, um dia muda-se para a casa ao lado Israel Navon (Doron Tavory), que é o Ministro da Defesa de Israel.
Após isso, o seu pomar passa a ser considerado uma "ameaça terrorista" e Salma recebe a ordem de cortá-los. Salma não aceita a exigência e dá início a uma batalha judicial pelo direito de manter seus limõeiros que são mais que o seu sustento e sim parte de suas raízes culturais.
Através do simbolismo de Salma, uma mulher sozinha lutando contra o poderoso Estado de Israel, vemos o descabido conflito cultural, racial e bélico que acontece entre israelenses e palestinos.

Lemon Tree conta com atuações fantásticas e uma história que mergulha profundamente no cotidiano do conflito.

Após ver o filme fui em busca de mais informações sobre ele. O filme foi produzido por Eran Riklin e foi Prêmio de Público no Festival de Berlim. Além de diversos prêmios em vários festivais para a atuação brilhante de Hiam Abbas e foi produzido por uma união entre produtores franceses, israelitas e alemães.

O filme vale a pena desde o primeiro minuto e mesmo depois do final, que é ótimo, não nos abandona, seja pelos questionamentos que ele levanta ou pelas ótimas atuações.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Jean Charles



O filme conta a história dos últimos momentos do brasileiro Jean Charles, morto por engano pela polícia inglesa. Mais do que isso, o filme é um mergulho no cotidiano dos imigrantes (no caso os brasileiros) em busca do sonho de uma vida melhor.

Até onde a vida é melhor lá fora como imigrante ilegal? A saudade da família, o preconceito, o trabalho duro e falta de dinheiro são o cotidiano desses milhões de brasileiros.

Eu particularmente gostei da atuação do Selton Melo que criou um Jean Charles que não foi um herói. Não tinha nada de espetacular e não morreu como mártim.

Foi apenas um brasileiro comum que morreu vítima do preconceito e a insanidade de um país que vive diariamente com a ameaça de terrorismo.

Há Tanto Tempo Que Te Amo

(Il y a longtemps que Je T'aime - França/Alemanha 2008).

Juliette (Kristin Scott Thomas) retorna à sua família e à sociedade, após 15 anos de ausência e rejeição. Apesar de uma separação familiar drástica no passado, sua irmã mais nova, Léa, decide abrigá-la em sua casa, onde mora com o marido, as duas filhas e o sogro. Aos poucos, a trama revela a aparente amoralidade por trás da tragédia que manteve Juliette afastada por tanto tempo da vida real.

O filme consegue manter a tensão do começo ao fim. O ar de mistério e segredo vai aos poucos se desfazendo e faz com que vc se mantenha interessado. São bons atores, uma trama bem feita. Porém, o final surpreende mas é aquele que todos gostariam que fosse. Como numa novela com final feliz, perdeu-se a oportunidade de aprofundar os questionamentos levantados durante a trama.

Não chega ser uma obra de arte mas vale a pena assistir.

sábado, 22 de maio de 2010

Pop Art - Andy Warhol



Na Estação Pinacoteca está até o dia 23 de Maio a exposição do Andy Warhol. Hoje eu pude conferir um pouco do Mr. América. O lugar estava tão lotado quanto um shopping às vespera do Natal. As pessoas caminhavam e admiravam as obras com o mesmo entusiasmo que as vitrines no shopping.

Neste ponto, não posso negar que o sentimento que estas obras despertam é o mesmo que as vitrines do shopping. É um sentimento de conhecimento. Algo que faz parte do nosso tempo. São obras que estão inseridas no nosso contexto social e temporal.

Mais do que isso, fotografias, filmes, serigrafias são peças do cotidiano. Ferramentas que fazem parte do nosso modo de comunicação.

Além disso, ao andar pelos corredores e nos deparar com as figuras de Marilyn Monroe, Jackie O, Pelé, Marlon Brando entre outras pensei um pouco no conceito de celebridade, icones e o que faz de algumas atemporais e outras efêmeras.

O próprio Warhol disse que um dia todos teriam seus 15 min de fama. Hoje com internet, twitter, facebook, blogs e outras mídias sociais podemos experimentar um pouco o que é digamos brincar de celebridade. Hoje expomos voluntariamente nossas vidas e com isso brincamos com a nossa popularidade. Todos temos algo a dizer (como eu mesma neste blog, mas qual a relevância disso?).

Ver Warhol valeu pela reflexão dos nossos valores e o que é Pop e o porque disso.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

ABBA - The Show

Na Virada Cultural deste ano pudemos matar saudade de um dos principais icones musicais nos anos 70s. O "ABBA The Show" não chega a ser uma banda cover do ABBA e digamos que são os atuais embaixadores do fenômeno que contagiou o mundo com canções como "Chiquitita", "Does Your Mother Know", "Voulez-Vous" e "I Have A Dream","Gimme! Gimme! Gimme! (A Man After Midnight)" e a tão aguardada "Dancing Queen".

Uma tarde agradável de Outono em frente a Estação da Luz.

domingo, 9 de maio de 2010

Conhecimento Maduro

"Passa-se com os livros uma coisa semelhante ao que sucede com um novo conhecimento que travamos com alguém. Num primeiro momento experimentamos um profundo prazer em encontrar coincidências gerais de opinião ou ao sentirmo-nos tocados num aspecto importante da nossa existência. Só depois, quando o conhecimento se aprofunda, começam a surgir as diferenças. Nessa altura, o comportamento inteligente caracteriza-se pela capacidade de não retroceder imediatamente, como muitas vezes acontece na juventude, e de pelo contrário reter o que há de coincidente enquanto se vão esclarecendo mutuamente todas as diferenças, sem se pretender chegar a acordo absoluto."

Johann Wolfgang von Goethe, in 'Máximas e Reflexões'