sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Desassossego




Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos - a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da consciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos. O sentirmos-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente ente margens afastadas.
Não sei se estes sentimentos são uma loucura lenta do desconsolo, se são reminiscências de qualquer outro mundo em que houvéssemos estados - reminiscências cruzadas e misturadas como coisas vistas em sonhos, absurdas na figura que vemos mas não na origem se a soubéssemos. Não sei se houve outros seres que fomos, cuja maior completidão sentimos hoje, na sombra que deles somos, de uma maneira incompleta - perdida a solidez e nós figurando-no-la mas nas só duas dimensões da sombra que vivemos.
Sei que estes pensamentos da emoção doem com raiva na alma. A impossibilidade de nos figurar uma coisa a que correspondam, a impossibilidade de encontrar qualquer coisa que subsititua aquele a que se abraçam em visão - tudo isto pesa como uma condenação dada não se sabe onde, ou por quem, ou porquê.

(Fernando Pessoa - Livro do Desassossego - Fragmento 196 )

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Arte de Amar


(Manuel Bandeira)

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.

Só em Deus — ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Ombros Suportam o Mundo

Atlas, personagem grego.

 
(Carlos Drummond de Andrade)

Tempo de absoluta depuração.

Tempo em que não se diz mais: meu amor.

Porque o amor resultou inútil.

E os olhos não choram.

E as mãos tecem apenas o rude trabalho.

E o coração está seco.



Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

És todo certeza, já não sabes sofrer.

E nada esperas de teus amigos.



Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo

e ele não pesa mais que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios

provam apenas que a vida prossegue

e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo

prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo em que não adianta morrer.

Chegou um tempo que a vida é uma ordem.

A vida apenas, sem mistificação.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Don´t Kiss me Goodbye



(Ultra Orange & Emmanuelle )

If you close the door

just turn off the lights now

the world looks better into the dark

between the curtains somebody's watching

oh sail me the moon

before it's too late

don't kiss me goodbye baby



I turn around since too much time

those railroad tracks

will swallow my mind

I try so hard to stop waisting my life

if only I could just make you mine

don't kiss me goodbye


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Help, I´m Alive


(Metric )

I tremble

They're gonna eat me alive

If I stumble

They're gonna eat me alive


Can you hear my heart beating like a hammer?

Beating like a hammer


Help, I'm alive

My heart keeps beating like a hammer

Hard to be soft

Tough to be tender

Come take my pulse, the pace is on a runaway train


Help, I'm alive

My heart keeps beating like a hammer

Beating like a hammer

If we're still alive

My regrets are few

If my life is mine

What shouldn't I do?

I get wherever I'm going

I get whatever I need

While my blood's still flowing

And my heart still beating like a hammer

Beating like a hammer


Help, I'm alive

My heart keeps beating like a hammer

Hard to be soft

Tough to be tender

Come take my pulse, the pace is on a runaway train


Help, I'm alive

My heart keeps beating like a hammer

Beating like a hammer


If we're still alive

My regrets are few

If my life is mine

What shouldn't I do?

I get wherever I'm going

I get whatever I need

While my blood's still flowing

and my heart still beating like a hammer


Beating like a hammer [3x]


Help, I'm alive

my heart keeps beating like a hammer


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vamos fugir !! pr´outro lugar?


Route 66 - Estrada símbolo de muitos "fujões"

Existem horas que o que mais queremos é fugir de onde estamos. Um sentimento de inquietação com desejo de aventuras ou ainda uma fuga para os nossos problemas....Foi pensando nisso, que preparei essa seleção de filmes com a temática "Na estrada". Para você se inspirar e quem sabe cair na estrada...
Para fazer a lista tentei me focar em filmes que as pessoas largaram tudo e sairam por ai em busca de uma aventura...
A lista não tem ordem de preferência é conforme fui lembrando.... E ai?? Vamos fugir??


Um senhor idoso com uma vida tranquila no campo. Quando seu irmão, com quem não conversava há muito tempo, fica muito doente, ele decide colocar suas diferenças de lado e encontrá-lo com o único meio de transporte de que dispõe: um velho trator. Com ele, Alvin atravessará centenas de milhas até seu destino final, não sem antes encontrar diversos personagens que farão de sua viagem uma verdadeira jornada sentimental.


Billy Hayes (Brad Davis), um estudante americano, ao visitar a Turquia decide traficar alguns pacotes de haxixe, prendendo-os debaixo de suas roupas. Seu plano acaba não dando certo e ele é preso, com sua vida se transformando em um pesadelo a partir de então, pois é brutalmente espancado e jogado em uma imunda prisão. Quando espera ser libertado é levado a um novo julgamento com efeito retroativo, que o condena a uma longa pena. Sua fuga pelo expresso da meia noite faz deste filme um dos mais clássicos de todos oso tempos. 


Efeito de uma busca interior ou de uma qualquer nostalgia. Em 1979 Andrei Tarkovski está na Itália na companhia do poeta e argumentista italiano Tonino Guerra. Ambos vão, por um mês, iniciar um Tempo di Viaggio, uma jornada, física e espiritual, à descoberta de um local, também ele real e mental, marcado no espírito de Tarkovski para as filmagens de Nostalghia. Guerra, o anfitrião, conduz o realizador russo através das belezas tradicionais e turísticas da Itália, de Nápoles em direcção a sul, por Sorrento e Lecce. Mas Tarkovski procura um lugar secreto, já visualizado, objeto de uma escolha que só ele sabe qual é, mesmo antes de lhe dar forma.

Telma & Louise (1991) - Direção Ridley Scott

Mulher cansada da vida de dona de casa maltratada pelo marido embarca em uma viagem de final de semana com uma amiga, mas que mudará para sempre a vida das duas quando inesperados problemas surgem em seus caminhos. Um filme sobre amizade e como coisas inesperadas podem acontecer nos nossos caminhos.

Viagem a Lua (1902) - Direção George Méliès - Curta do começo do século XX que retrata uma viagem a lua. Na verdade não se trata de fuga, mas é um filme bem legal e uma homenagem ao desejo aventureiro.


Chihiro é uma menina mimada de dez anos que, em uma viagem com os pais, se vê perdida em um mundo desconhecido povoado por seres bizarros. Seus pais são transformados em porcos e ela é impedida de voltar ao mundo dos humanos por um feiticeiro maligno.


É 1952, e o que viria a ser futuramente o líder da Revolução Cubana Che Guevara era um jovem estudante de medicina que, junto do amigo Alberto Granado decidem viajar pela América do Sul em cima de uma velha moto. Depois de passar por Machu Pichu, chegam a uma colônia de leprosos na Amazônia Peruana, onde começam a questionar os valores da vida numa viagem interior que mudaria a vida de ambos.


Edinburgh, 1880. Oliver Lindenbrook (James Mason), um dedicado professor de geologia que recentemente se tornou sir, consegue o primeiro passo para uma viagem ao centro da Terra quando Alec McEwen (Pat Boone), seu assistente, lhe leva um pedaço de lava. Examinando a lava cuidadosamente, Lindenbrook encontra uma mensagem de Arne Saknussen, um famoso explorador do passado, que orientava como alcançar o centro da Terra. A viagem começa, descendo em um vulcão na Islândia. A dupla é acompanhada por Carla Goeteberg (Arlene Dahl), viúva do professor Goeteberg (Ivan Triesault), um geólogo renomado que pretendia "ganhar a corrida" mas foi envenenado com cianeto, e por Hans Belker (Peter Ronson), um guia islandês. São seguidos de perto pelo maligno Conde Saknussen (Thayer Saknussen), descendente do explorador, que quer usar as descobertas de Lindenbrook para seu proveito pessoal e político. Porém este não é o único perigo para os exploradores, pois no decorrer de sua viagem o grupo encontrará vários animais pré-históricos.


Esse filme é sensacional! Infelizmente não caiu no gosto do público. Enviado para Las Vegas para cobrir o Mint 400, uma corrida de motos no deserto, o jornalista Dr. Thompson (Johnny Depp) e seu advogado (Benicio Del Toro) se encontram numa cidade onde somente drogas poderosas podem fazer com que as coisas sejam ligeiramente normais.


Anos 70. Em plena época da contra-cultura e contestação social, o neozelandês Burt Munro (Anthony Hopkins) toma a decisão mais importante da sua vida: quebrar um famoso recorde esportivo montando uma motocicleta clássica dos anos 20, conhecida como Indian. Mas ele já não é mais nenhum jovem, e do alto de sua maturidade, passa anos construindo seu objeto do desejo. Quando consegue, está pronto para rodar o mundo e bater recordes. Baseada em fatos reais, The World's Fastest Indian é uma trama comovente sobre a superação e a persistência de um homem que faz o possível e o impossível para dar a volta por cima de todas as diversidades de sua vida. Uma verdadeira história de amor e vitória!


Filme clássico que influenciou gerações!! Os protagonistas são dois motociclistas, Wyatt ou 'Capitão América' (Fonda) e Billy (Hopper). Fonda e Hopper disseram que estes dois personagens referem-se a Wyatt Earp e Billy the Kid. Wyatt veste-se de cabedal adornado com a bandeira americana, enquanto Billy se veste com calças e camisa ao estilo dos nativos americanos.
Depois de contrabandear drogas do México para Los Angeles, Wyat e Billy vendem seu contrabando para um homem (protagonizado por Phil Spector) em um Rolls-Royce. Com o dinheiro da venda armazenado em mangueiras dentro dos tanques de gasolina, eles vão rumo à Leste na tentativa de chegar em Nova Orleans, na Luisiana, em tempo para o Mardi Gras.


Início da década de 90. Christopher McCandless (Emile Hirsch) é um jovem recém-formado, que decide viajar sem rumo pelos Estados Unidos em busca da liberdade. Durante sua jornada pela Dakota do Sul, Arizona e Califórnia ele conhece pessoas que mudam sua vida, assim como sua presença também modifica as delas. Até que, após 2 anos na estrada, Christopher decide fazer a maior das viagens e partir rumo ao Alasca. Palmas também para a trilha sonora !!



Arthur Dent (Martin Freeman) é um homem normal, que está tendo um péssimo dia. Após saber que sua casa está prestes a ser demolida, Arthur descobre que Ford Prefect (Mos Def), seu melhor amigo, é um extra-terrestre e, para completar, fica sabendo que a Terra está prestes a ser destruída para que se possa construir uma nova auto-estrada hiperespacial. Sem ter o que fazer para evitar a destruição de seu planeta, Arthur só tem uma saída: pegar carona em uma nave espacial que está de passagem. Ele passa então a conhecer o universo, sendo que tudo o que precisa saber sobre sua nova vida está contido em um valioso livro: o Guia do Mochileiro das Galáxias.


UFAAA!!! Bom, espero que você também fique com vontade de cair na estrada depois disso mas antes deixe o nome de filmes que vc curtiu tb !!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Não Entendo



Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.


(Clarice Lispector)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"A Day in the Life" - Show do Paul McCartney


Sonhos são assim...vc tem e não precisa de nenhuma explicação plausivel para eles... Talvez a felicidade esteja ligada a nossa capacidade de realizar sonhos, sejam eles nossos ou de outro alguém. Hoje posso dizer que realizei um sonho e vi o sonho de pessoas muito queridas, como  meus pais, irmãs e amigos sendo realizado. Pode parecer um sonho besta mas ver Paul McCartney ao vivo era um deles. Um sonho que nasceu na infância quando escutava meu pai ouvindo seus "discos" dos Beatles e do John Lennon, Paul...

Paul entrou pontualmente às 21h30, num Morumbi lotado e com uma noite de primavera extremamente agradável. Quando as luzes se apagaram, Paul veio ao palco cantando "Venus and Mars" e a sua letra era como um prenúncio do que seria essa noite "Sitting in the stand of the sports arena. Waiting for the show to begin. Red lights, green lights, strawberry wine, A good friend of mine, follows the stars. Venus and mars... Are alright tonight." Sim Paul "We are alright tonight" e uma lua cheia imensaaa nos fazia enlouquecer quando olhavamos para o céu. Pronto, todas as estrelas e a lua seriam testemunhas do que seria este show.

Logo depois veio "Rock Show" e explosiva "Jet" trazia  mais expectativa do que seria essa noite e já fazia todos dançarem e antes mesmo que a gente conseguisse recuperar o fôlego veio "All my love" e todos cantavam.

Pronto, o show realmente havia começado!
Muitos fãs, que estavam lá, assim como eu nasceram depois que os Beatles já haviam se separado e como explicar tamanha euforia por uma banda que nem fez parte da nossa geração? Pais, filhos, avós, gerações unidas pela música e um sonho...

"Letting go" foi o som escolhido para a próxima música e depois veio "Drive my car" outro grande sucesso que fez todos nós dançarmos "Yes, I'm gonna be a star...Beep beep'm beep beep yeah"

Conseguimos respirar entre "Highway" e "Let Me Roll It / Foxy Lady (Jimi Hendrix cover)" e foi quando olhei no relógio e já havia passado uma hora de show. Sim, o tempo é relativo como diria Einstein e ele voou antes mesmo que eu pudesse dar conta do que era a imensidão de sentimentos daquele momento. Paul estava no piano e começou "The Long and Winding Road", outro grande sucesso dos Beatles e depois veio "Nineteen Hundred and Eighty-Five" e "Let 'Em In", "My Love" música que ele escreveu para sua falecida esposa, Linda.

Vieram "I've Just Seen A Face", "And I Love Her" e quando Paul no violão começou os primeiros acordes de "Blackbird" chorei cantando o refrão "Blackbird singing in the dead of the night, Take these broken wings and learn to fly, All your life...You were only waiting for this moment to arive."

Sim "All your life. Your were only waiting for this moment to arive". Sim, nós só estávamos esperando este momento chegar e ele havia chegado. E cada um olhava para a multidão, para os detalhes a sua maneira, construindo suas lembranças... "Here Today" foi a sua homenagem a John, feito para uma plateia comovida e aplausos e mais aplausos....

"Dance tonight" trouxe um toque de irreverência e um Paul brincado com outros instrumentos como um bandolim....Logo depois a dançante "Mrs Vandebilt" e quando menos esperava "Eleanor Rigby", que para mim é uma das músicas mais lindas dos Beatles. "All the lonely people, where do they all come from? All the lonely people, where do they all belong?" Eu cantava e cantava....

"Something" foi a escolhida para homenagear George Harrison e imagens dele passavam no telão... "Sing the Changes" e logo depois uma das minhas favoritas da carreira solo de Paul "Band on the Run"....

"Ob-La-Di, Ob-La-Da" e "Back in the U.S.S.R." abriram a sequência mais emocionante do show e colocaram a galera para dançar novamente....."I've Got a Feeling" foi a próxima e quando chegou no refrão  "Everybody had a hard year. Everybody had a good time. Everybody had a wet dream. Everybody saw the sunshine. Oh yeah, Oh yeah. Oh Yeah."

Sim "Everybody had a hard year" e "Everybody had a good time". Era como se 2010 terminasse ali. Nada seria mais emocionante e não importava como havia sido este ano, ele fecharia como um dos melhores das nossas vidas. Porém a sequência de "Paperback Writer" e "A Day in the Life/Give Peace a Chance"  e foi quando o estádio inteiro levantou balões brancos, fazendo daquele um  momento histórico!!

Sim, quase 70 mil pessoas cantando juntas e quando Paul começa os primeiros acordes de "Let in Be".
 as luzes se apagaram e todos cantaram. "Let it be, let it be. Let it be, let it be."  e assim seria o nosso sonho.... Fogos de artifício para a explosiva "Live and Let Die"....."But if this ever-changing world in which we live in, Makes you give in and cry. Say live and let die..."

Sim, esse mundo louco que vivemos nos faz render e chorar. Mas viva e deixe morrer!!!! Era o que dizia a maior estrela do Rock viva... Sim e estávamos ali vivendo... Foi quando veio "Hey Jude" uma das músicas mais executadas da turnê e um coro extensivo "Na, na na na na na, na na na, Hey Jude. Na, na na na na na, na na na, Hey Jude....Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na."

Todos cantavam quando Paul deixou o palco.... e logo voltou para a sequência de "Day Tripper", "Lady Madonna" e a dançante "Get Back" e eu, meu pai, irmãs e amigos já não cantavam e sim gritavam "Get back, get back, get back to where you once belonged." e veio na sequência "Yesterday" e sabiamos que o show estava terminando em breve e Paul perguntava se queriamos mais...Sim, queriamos muito mais mesmo já exaustos e extasiados! Queriamos que aquele momento nunca acabasse e cada um se agarrava como podia ao sonho....

Para finalizar veio uma versão eletrizante de "Helter Skelter" e a música título de um do álbuns mais revolucionários da música "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" e foi quando começou "The End" e era sua última canção. Neste momento sabíamos que o show terminaria ali....

"And in the end, The love you take Is equal to The love you make" Paul vai terminando o show e a frase fica como uma sentença que carregaremos para nossas vidas.....

Paul se despede. As luzes se acendem....todo se olham como se não acreditassem no que viveram e vão deixando o estádio... Neste momento o público ainda querendo prolongar mais o sonho sai cantando em coro...."Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na naaaaaaaaa. Na, na na na na na, na na na. Na, na na na na na, na na naaaaaaaaaaaaa."

Por último gostaria de agradecer aqueles que fizeram deste momento único na minha vida....Minha família, os amigos de meus pais, Suzy e PC e meus queridos Edy, Kadu e Thays...

Sim, Paul McCartney Estádio do Morumbi, 21 de Novembro de 2010. Nós estavamos lá!!

Ps. Em breve fotos nossas para ilustrar :-).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dialetria

"Le Double Secret - Rene Magritte"

De quem é este pensamento?
De quem é essa vontade?
Já não gosto de tanta coisa que gostava...
Já me irrita ter que fazer tudo isso de novo, que achei que repetiria sempre.
Não sou quem era antes, mas não deixo de me identificar com quem sou.
Há nisto um mistério que me desvirtua e me oprime...
Talvez seja fácil formar uma teoria das almas e das vidas, compreender que somos um decurso interior da vida, imaginar que o que somos é uma quantidade grande, que passamos por nós, que fomos...
Mas a que me assisto quando me leio como um estranho?
Mas a pergunta que fica é: "Quem é essa que vem tomando conta dentro de mim?"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Amadou & Mariam



Sempre é tempo de novas descobertas e novos sons. Uma descoberta que faz tempo que quero compartilhar é o casal de músicos ou dupla "Amadou & Mariam". (Segue um resumo da biografia do site oficial)

Amadou e Mariam Bagayoko Doumbia são de Mali e ambos cresceram quando o país ainda estava no domínio colonial e era conhecido como "Sudão francês", antes da sua independência em 1959.

Enquanto Mariam cresceu na capital, Bamako, Amadou foi levanda para 500 milhas de distância, na região de Mopti.Com a idade de seis Mariam ficou cega. Porém isso não a impediu de se tornar famosa em sua comunidade como um cantora em casamentos e outras cerimonias tradicionais. Amadou também perdeu a visão na infância, mas era fascinado por música, tocando percussão e depois guitarra.

Eles se conheceram em 1977, enquanto participavam do Instituto para Jovens Cegos, em Bamako. A dupla tem uma extensa discografia. Dos seus álbuns, acredito que os mais famosos são "Sou Ni Tile (1999), "Dimanche à Bamako (2005)", "Je pense à toi: Best of (2005) e "Welcome to Mali (2008)".

A dupla já dividiu palco com figuras bem conhecidas como Cold Play, David Gilmour, Manu Chao, Steve Wonder, etcs e cantou em grandes eventos como o Nobel da Paz, abetura da Copa na Alemanha e na África do Sul.

Bom, chega de falar e deixo desta vez dois videos, um é do clipe de uma das músicas mais famosas "Je pense à toi" e outro uma montagem que achei no youtube com imagens fantásticas da África e uma das minhas músicas preferidas da dupla "M´bifé" que significa "Eu te amo".



Je pense a toi, mon amour, ma bien aimee

Ne m’abandonne pas, mon amour, ma cherie

Quand je suis dans mon lit, je ne reve qu’a toi

Et quand je me reveille, je ne pense qu’a toi


Si je ne te vois pas, je ne peux rien dire

Je ne peux rien faire, je ne peux rien voir

Je ne veux rien savoir

Mon amour, ma cherie



Certains t’ont promis la terre

D’autres promettent le ciel

Il y en a qui t’ont promis la lune

Et moi je n’ai rien que ma pauvre guitare

 

 
Chéri né bifé (Né bifé = M'bifé=je t'aime)

Ka na ta ka né to (Kana taa ka né to?)

Chéri né bifé

Ka na ta ka né to

Tjéni né bifé (garçon(?) je t'aime)

Tjéni na té fé

Ka na né maloya(??)

Tjéni né bifé

Serre-moi dans ta main

Tjéni né bifé

Embrasse-moi chéri

Tjéni né bifé (x2)

Ka na ta ka né to

Tjéni né bifé

Jarabi M'bifé (jarabi=passion=mon amour?)

Serre-moi dans ta mainKa na ta ka né to

Embrasse-moi chéri

Chéri je t'aime

Tjéni né bifé

Ka na ta ka né to

Serre-moi dans ta main

Ka na né maloya

Embrasse-moi chéri

Ka na né maloya

Chéri je t'aime.

domingo, 7 de novembro de 2010

Paciência



(Lenine)
Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

A vida não para...



Enquanto o tempo

Acelera e pede pressa

Eu me recuso faço hora

Vou na valsa

A vida é tão rara...



Enquanto todo mundo

Espera a cura do mal

E a loucura finge

Que isso tudo é normal

Eu finjo ter paciência...



O mundo vai girando

Cada vez mais veloz

A gente espera do mundo

E o mundo espera de nós

Um pouco mais de paciência...



Será que é tempo

Que lhe falta para perceber?

Será que temos esse tempo

Para perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara...



Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida não para

A vida não para não...



Será que é tempo

Que lhe falta para perceber?

Será que temos esse tempo

Para perder?

E quem quer saber?

A vida é tão rara

Tão rara...



Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma

Eu sei, a vida é tão rara

A vida é tão rara...



A vida é tão rara...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

1001 Listas para se fazer antes de morrer...




O que era uma ideia simples virou uma febre editorial e consequentemente uma angústia mundial. Eu estou falando das publicações do tipo "1001 alguma coisa que vc precisaaaaa muito fazer antes de morrer para que a sua alma descanse em paz e não precise reencarnar". Neste caso o título não é nenhuma publicação do Vaticano embora acredito que ele um dia poderia lançar algo como "1001 Orações para você fazer antes de morrer (e poder continuar vivendo)".

Do gigante universo das listas, resolvi hoje falar sobre elas e colocar os links para que cada um possa ter acesso as listas e fazer quem sabe as suas....

A primeira e mais famosa das listinhas é sem dúvidas "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer". Acho que das listas é a mais fácil de digamos "completar". O legal desta lista é que vc pode ter um "panorama" da música através das décadas e serve como base para  buscar outras discografias...

Outra lista que agora circula é "1001 Livros para Ler Antes de Morrer" A lista é uma adaptação da lista portuguesa. Eu como sou fanática por livros não pude deixar de dar uma conferida. Porém, nesta lista acho que faltaram livros como "Grande Sertão: Veredas - Guimarães Rosa" e "Primeiras Estórias" do mesmo autor que são livros fantásticos. Eu sinceramente prefiro a lista da Folha com os "Cem melhores romances do Século XX"

Para quem gosta de vinhos também tem a lista "1001 Vinhos para Beber Antes de Morrer". Essa lista é bem perigosa, pois você pode ter uma cirrose quando chegar no 990... Mas tem boas dicas de vinhos e conta a história de muitos lugares que produzem a bebida.

Como não poderia faltar, tem "1001 Filmes para Ver Antes de Morrer". Eu sinceramente fugiria de "Cidadão Kane" para continuar vivendo! Até hoje eu não consigo entender como alguém gosta deste filme...rs

Ainda, fazendo a lista das listas, tem a de "1001 Lugares para Conhecer Antes de Morrer" e uma bem humorada "1001 Coisas para te irritar antes de Morrer"....

Bom, eu sinceramente não sou muito fã de publicações deste tipo. Não sou muito adepta de listas, regras ou conselhos... Eu gosto de tudo que poderia estar nestas listas como viajar, ouvir música, ler, assistir filme, tomar vinhos e comer que está na outra lista "1001 comidas para provar antes de morrer".
Mas meu desejo e curiosidade não tem regras e prefiro experimentar com base no meu desejo de conhecer algo novo...

Mas como a regra é lista resolvi traçar um lista com "10 coisas que gosto na minha vida" e "10 coisas para dizer as pessoas"...

E você? Qual a sua lista preferida?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Leu na VEJA? Azar Seu!


Faz tempo que sinto que preciso esclarecer porque eu não leio a VEJA. Embora no fundo eu acredito que ninguém com o mínimo discerimento precise ser esclarecido de porquê não ler a VEJA.
Mas é fato!! Eu não leio VEJA! Nem quando estou numa sala de espera...Se o link de uma reportagem e me redireciona para o site da VEJA, eu saio e não leio.

Quando ligam em casa me oferecendo 4,5 ou 6 semanas de VEJA de graça eu peço "peloamordeus" para não mandarem pois eu teria vergonha dos meus vizinhos.

Sinceramente? Não me interessa nada que seja publicado lá e nem as pessoas que publicam como Diogo Maniardi, Duda Morais e outros pseudos-intelectualóides da imprensa marrom brasileira discipulos do Arnaldo Jabor, em tempos, também não leio nada que o Arnaldo Jabor escreve...

Como eu sempre estou criticando a VEJA, acho que chegou o dia de esclarecer  do porquê não leio VEJA.

Eu adoro ler. Quando tinha 10 anos de idade, ganhei minha primeira assinatura de revista. Ao longo dos anos sempre pude experiementar o delicioso prazer de receber um jornal, livro ou revista em casa.
Um dia assinei a VEJA, estava fazendo vestibular e me disseram que me ajudaria na prova de redação.
Assim iniciou meu relacionamento com a VEJA, que toda semana chegava à minha porta.

Era um ritual, a revista chegava e corria p/ minha porta e abaixava para pegá-la. Ao longo do tempo, esse movimento de me curvar para pegar a revista me fazia crer que no fundo o que a VEJA queria era que eu me tornasse uma quadrúpede.

Não vou entrar na questão do projeto gráfico da revista que é péssimo, a quantidade imensa de anunciantes que se fossem tiradas a revista teria 1/3 do tamanho. Mas o que me desagradava na VEJA era que sempre tinha uma reportagem que me dava arrepios ou revoltava. Eu como leitora assídua,  escrevia para a revista. Lógico que nunca publicaram nada que eu mandei. Mas antes que o leitor desavisado ache que o meu ódio e repúdio a revista vem de uma mágoa de "blogueira ruim metida a jornalista-escritora" selecionei algumas capas para que cada um tire suas conclusões.

A VEJA e suas capas pseudo-artisticas pós-moderna:


1993-09-15
VEJA e a sua "releitura"de Rodin

Precisa comentar?
Não é de hoje, que a Revista explora grandes obras de arte para ilustrar suas matérias colaborando  para a formação cultural do brasileiro, que já pode chegar nos museus do mundo e falar "Ah, já vi essa obra na VEJA" e tirar sua fotinho que irá para o facebook. Mas "pseudo-intelectualidade" não pára só ai...Segundo a própria VEJA é possível dar opiniões sobre livros sem lê-los, ler pela metade e tudo isso dito por um "ensaista francês". Se alguém dúvida click aqui (Lembre-se: Este click será redirecionado para uma página da VEJA...)
VEJA e Magritte
Outra obsseção da revista é por dietas, qualidade de vida, novas tendências contra o envelhecimento, vida sexual e tudo mais relacionado a boa saúde. Nada contra isso, mas o tom de científico que a VEJA tenta dar é irritante. As reportagens tem a mesma profundidade (ou até menor) do que as revistas especializadas em "good health life stile" como "Boa Forma", "Saúde Já", etcs.


Capas da VEJA e dieta, saúde e bem estar

Fora isso, o tom de "jornalismo denuncismo apocalítico" me irrita. O Apocalipse virá logo e os jornalistas da VEJA são os tocadores das trombetas. Mas pela VEJA eu fico em dúvida se o mundo acabará numa catástrofe ambiental, se o sol vai explodir, a terra vai colidir com algum meteoro, uma super bactéria, nas mãos dos terroristas, por Fidel ou ainda pelo Lula. Em tempos achei uma capa que ilustra bem o que quero dizer.




Acho que demoraria uma semana para dizer o que é ruim na VEJA, mas diria que a sessão de "Frases da semana" ou citações é o resumo da estupidez humana. É como aqueles livros intitulados "Minutos de Sabedoria" ou seja, quem precisa de "minutos de sabedoria" não sei o que faz com o resto dos minutos de sua longa vida...

E as reportagem políticas?
 Ahh!!! Eu me pergunto como uma revista consegue ser tão tendenciosa? Será que as pessoas que escrevem tem coragem de olhar em casa no espelho? Conseguem deitar a cabeça no travesseiro e dormir de consciência limpa? Nem vou entrar no mérito delas, pq não tem algum...Mas  vão algumas capas.




Che, Serra (com os dizeres "Me preparei a vida inteira para ser presidente") e Lula




Fidel, FHC e Lula


As páginas amarelas, se alguém sabe me dizer porque elas são amarelas diga agora! Talvez porque classificados são amarelos e tem muita informação e nada de conteúdo ou ainda elas deviam ser "Páginas Marrom" fazendo uma referência a cor do material que a revista produz, ou ainda são amarelas devido a cor dos excrementos quando não estão em perfeita saúde... Muitas entrevistas  foram dadas naquelas páginas, muitas pessoas respeitáveis, talvez seja onde é possível de vez enquando encontrar algo que se preste.

Fora isso, o tom de denúncia e temas polêmicos como religião, crimes horríveis que chocaram e lógico o mundo das drogas que sempre é uma ameaça para as famílias como a VEJA gosta de mostrar e explorar o tema, sem ligar para privacidade, ética e comprometimento...
Capas da VEJA e as Drogas

Hoje o mundo vive uma falsa liberdade, uma falsa ética e digamos que uma falsa "era sem preconceito"... Porém, eu seria capaz de montar uma histórinha de como deveria ser a vida de uma mulher como eu, segundo a VEJA.

Uma vida ditada por VEJA
"Você mulher que está sozinha precisa urgentemente arranjar um companheiro, pois é coisa de fracassada ficar sozinha. Mas não se esqueça, lute com todas as armas nem que você tenha que fazer uma lipo para ficar gostosa e atender os padrões de beleza e estética. Case-se pois casar faz bem e você não quer ser uma solteirona fracassada né? Perdõe sempre, sejam as traições do marido que você arranjou porque precisava casar ou seja lá o que for. Mas além de ser uma boa esposa, você precisa ser uma boa mãe na sufocada classe média...Se tudo isso ainda te fizer infeliz??? AUTO AJUDA!!"

Eu não sou contra casamento, filhos, namoro. Mas acho que precisamos ser felizes e depois irmos em busca dos nossos sonhos e não só sermos felizes se acontecer isso ou aquilo. Não existem regras e se você acha que uma revista semanal vai trazer explicações e conselhos capazes de ditar como deve ser a sua vida, suas opiniões e percepções do mundo....Sinceramente? AZAR SEU!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Monet

"Les Nymphéas - Musée l´Orangerie"

Claude Monet nasceu em Paris, na França, em 1840. Quando era criança mudou-se de Paris com a família para uma cidade próxima. Retornando a Paris já adulto, quando já havia planos de ser pintor.

Porém o serviço militar interrompeu seus estudos e quano voltou a estudar  conheceu Sisley, Renoir e Bazille. Juntamente com estes mais tarde formaria o grupo dos Impressionistas.

Juntos realizaram em 1874 uma mostra que também contou com a presença de Boudin, Pissaro, Cézanne entre outros.

Porém, a mostra não foi bem aceita e o nome "Impressionistas" veio da crítica a um quadro de Monet chamado "Impressão: O sol se levanta". Segundo os críticos os quadros não passavam de um rascunho, uma primeira "impressão".

Monet, sem conseguir vender seus quadros, vivia em absoluta pobreza e alguns anos depois durante a guerra contra a Prússia se refugiaria na Inglaterra para não ter que se alistar.

Com o fim da guerra, Monet retorna à França, indo morar em Argenteuil. A derrota da França dá início a um período de instabilidade política que marca o fim do império.

Em 1876 Monet conhece Ernest Hoschedé  que organiza a segunda mostra de Impressionistas onde se juntaram também Manet, Degas entre outros. Porém, novamente foi um fracasso. O movimento impressionista só começou a ganhar força alguns anos mais tarde em 1878, quando começam a surgir as primeiras críticas favoráveis ao movimento. Com isso, o prestígio de Monet começa a crescer e no ano seguinte Durand-Ruel realizou com sucesso uma exposição dos impressionistas em Nova York.

Depois de ter experimentado anos de extrema pobreza, Monet começava a prosperar. Em 1883 muda-se para Giverny e dar se ínicio a uma nova fase tanto na sua vida como na carreira.

Em Giverny, cuidar do jardim torna-se um passatempo preferido e fonte de inspiração para muitos dos seus quadros, principalmente a série Les Nymphéas, que seria posteriormente doadas ao governo francês.
Com a visão mais debilitada, seus quadros passam para uma fase mais abstrata.  Em 5 de Dezembro de 1926 morre, em Giverny.

Recentemente estive no Museu l´Orangerie e pude ver pessoalmente "Les Nymphéas". A série ocupa duas salas ovais feitas exclusivamente para receber tais telas. São lindas e você pode sentar no centro da sala e ficar horas admirando o jardim...

Eu recomendo quem vai a Paris visitar o Museu L´Orangerie, que conta com telas também de Picasso, Gaugin dentre outros. Trata-se de um museu pequeno localizado no "Jardins  de Tuileries" (que prometo um post só para ele) e próximo ao "Place de La Concorde" (local onde os reis da França foram guilhotinados e também terá um post só para ele).

Os quadros de Monet hoje fazem parte do conhecimento do grande público, sempre atraem expectadores e são temas de grandes exposições. Embora eu não seja uma grande conhecedora do Impressionismo e de Monet, sempre vale a pena admirar...

Porém, "Les Nymphéas" é algo sensacional, tanto pelo tamanho das obras como pela sua beleza e acho que o impressionismo fica mais "impressionante".












segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Zurique

Zurique e o Rio Limmat ao fundo a Igreja Fraumüster

Zurique na Suiça, é uma amostra do melhor do estilo suiço. A cidade é cortada pelo Rio Limmat, que é incrívelmente limpo. No verão, as pessoas aproveitam o lago como balneário.

Quem está disposto a fazer turismo em Zurique deve se preparar para gastar. Considerada como um dos centros financeiros da Europa, a cidade é cara para turistas, sejam eles de qualquer parte do mundo. Tanto que no seu guia turistico tem algo escrito como; "seja bem vindo a uma das cidades mais caras do mundo", ou seja, prepare-se para desembolsar alguns bons francos...

Embora não seja um destino turístico, a cidade tem boas atrações e algumas até gratuítas como o museu de arte de Zurique; Kunsthaus, que não cobra entrada para a coleção permanente e possui obras de artistas importantes como o suíço Alberto Giacometti e outros bem conhecidos como Picasso, Cézanne, Van Gogh, Monet e Munch.

Outro passeio gratuito é a igreja Fraumünster e os vitrais criados por Marc Chagall.  Vale a pena e são lindos!!!

Quem estiver disposto a gastar pode passear pela avenida Banhofstrasse e parar na confeitaria Sprüngli.

Durante a noite, os bares próximos ao lago, ficam iluminado proporcionando uma bela imagem.

Não deu tempo de conhecer outros lugares da Suiça mas deu para conferir que a terra dos chocolates, canivetes e relógios é um verdadeiro charme.

sábado, 2 de outubro de 2010

Get Back to Where You Once Belonged


"A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa. Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
 Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

Deixo aqui a citação de Mario Quintana, pois viajar é muito bom sempre!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Amor Líquido


 "A modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa fragilidade dos laços humanos - um amor líquido. A insegurança inspirada por essa condição estimula desejos conflitantes de estreitar esses laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos"

O texto e o título deste post são partes do livro de Zigmunt Bauman, sendo o começo de uma provocação que levará o leitor sobre a fragilidade dos laços humanos. Longe de ser um livro de auto-ajuda sobre como conquistar e manter parceiros ou ainda sobre relacionamentos, vale lembrar que Bauman é um sociologo professor de Sociologia nas Universidades de Varsóvia e de Leeds. Ele tem vários livros traduzidos para o português, e o tema recorrente em sua obra são os vínculos sociais possíveis no mundo atual, neste tempo que se convencionou denominar de pós-modernidade.

Assim como Baudelaire em "Le spleen de Paris" disse "Corte em pedacinhos e vai descobrir que cada um deles tem vida própria" o texto de Bauman vai fluindo sobre as principais questões do relacionamento humano. Cada pedaço tem vida própria, cada fragmento de texto nos leva a reflexões sobre a fragilidade dos laços humanos e como a era da informação está tornando os laços "flexíveis" gerando níveis de insegurança cada vez maiores. Na era das mídias sociais que os relacionamentos se dão em "rede", aos poucos Bauman vai mostrando que estas redes podem ser tecidas e desmanchadas com facilidade.

Com isso, não somente os vínculos amorosos e familiares são afetados e sim as relações humanas. O livro vai além e retrata como a dificuldade em se tratar um estranho com humanidade tem influenciado as políticas anti-imigratórias de diversos países.

O tema "relacionamentos" enfrenta um "boom" no mercado editorial. A cada dia são publicados mais livros sobre o tema na seção de auto-ajuda do que o leitor é capaz de ler. Enquanto isso um exército de pessoas consomem desesperadamente no intuíto de relacionar-se.

Se voltarmos a sabedoria dos gregos no "Banquete de Platão", a profetisa Diotima de Mantinéia resaltou para Sócrates que "o amor não se dirige ao belo" e sim a "geração e nascimento do belo". Ou seja não é feito ou ansiado por coisas prontas e amar está mais no processo de criação do que no ato pronto.

Bauman vai além e exemplifica que no amor existem dois seres e uma grande incógnita. Talvez por isso que este parece mais com um capricho do destino do que um ato de liberdade do ser. A liberdade de ser se incorpora ao outro e o amor individual não pode ser atingido. Para ser capaz de amar é necessário coisas como humildade, fé, coragem e disciplina. Mas numa cultura na qual se tornam cada dia mais raras essas qualidades, atingir a capacidade de amar é cada dia mais díficil.

Segundo Bauman a nossa cultura consumista favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro e o desvanecimento das habilidades de sociabilidade é reforçado e acelerado pela tendência inspirada no estilo de vida consumista e dominante onde tratam-se os outros seres humanos como objetos de consumo e os julgam-se segundo este padrão. Assim o outro é na melhor das hipóteses parceiro de consumo ou companheiros na atividade e alegria de consumir, cuja presença pode intensificar esses prazeres.  Neste processo, os valores intrínsecos dos outros como seres humanos singulares vão desaparecendo. Com isso, valores como a solidariedade, fraternidade dentre outros valores humanísticos são os primeiros a desaparecer, fazendo os laços sólidos tornarem-se frouxos, ou ainda líquidos.

O Amor Líquido dá lugar ao Amor Sólido e numa sociedade onde o indíviduo dá lugar ao coletivo, as reflexões de Bauman se tornam cada dia mais pertinentes.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Che 2 - A Guerrilha

Algum tempo fiz uma resenha sobre filmes com mote a Revolução Cubana. O post "Hasta La Victoria Siempre" foi uma sinopse de alguns filmes, dentre eles "Che".

Resolvi continuar o post após assistir "Che 2 - A Guerrilha". O filme é a continuação da biografia de Che Guevara. Após a Revolução Cubana, Che (Benicio del Toro) abandona Cuba com o intuíto de perpetuar os ideais revolucionários na America Latina.

Como Simon Bolivar, foi para a America Espanhola, libertando da Espanha, Che queria promover novamente a independência dessa mesma América dos grandes coronéis e o domínio americano.

O filme é baseado nos diários de Che e retrata seus últimos dias e a campanha na Bolivia quando foi capturado e morto pelo exército boliviano. Impossível não se emocionar com o filme e Benicio Del Toro consegue uma excelente caracterização.

Infelizmente a América Latina não estava pronta como ele pensava. Porém, os seus ideais ainda hoje se perpetuam e Che sempre será lembrado como um exemplo de idealismo.

A Cuba de Che resiste embora aqueles que são contrários ao regime cubano possam criticar  a falta de bens de consumo ou ainda a falta da liberdade de expressão. Porém, vamos a alguns fatos:

Segundo dados do PNUD Cuba está entre os 70 países do mundo que ostentam um alto Índice de Desenvolvimento Humano (acima de 0,800); em 2007 o IDH de Cuba foi 0,838 (51° lugar). Na América Latina, em 2007, só ficou atrás do Chile (40º lugar), Uruguai (46º) e Costa Rica (48º). O maior gasto, poporcional ao PIB, do mundo com educação pertence a Cuba (8,96% do PIB), seguida da Dinamarca (8,51% do PIB) e Suécia (7,66% do PIB).

Mesmo com o embarco econômico dos grandes "libertários e democratas americanos", Cuba ostenta altos índices de saúde, educação e saneamento básico. Infelizmente muitos acham que a falta de bens de consumo, liberdade e a ditadura são causadas pelo regime de Fidel e não pelo embarco econômico dos EUA.

Vale lembrar que quando Fidel fez a Revolução Cubana, este não tinha nenhum interesse em se aliar a ex-URSS ou ainda fechar o país. A ideia era promover a melhor distribuição de renda e elevar os patamares de qualidade de vida da população cubana.

Felizmente isso ele conseguiu e Cuba hoje possui uma das populações mais alfabetizadas do mundo, uma das maiores proporções de médicos por habitantes. Sendo maior inclusive do que os EUA que tem um sistema de saúde precário onde se exclui os mais pobres. O embarco econômico ainda continua e hoje o mundo assiste atento as reformas propostas por Raul Castro.

Por último como é sempre bom terminar algo com uma música o video que deixo é uma interpretação de "Mercedes Sosa - Balderrama" e foi enviada por uma pessoa muito especial :-)




Balderrama


A orillitas del canal

Cuando llega la mañana

Sale cantando la noche

Desde lo de balderrama



Adentro puro temblor

El bombo con la baguala

Y se alborota quemando

Dele chispear la guitarra



Lucero, solito

Brote del alba

Donde iremos a parar

Si se apaga balderrama



Si uno se pone a cantar

Un cochero lo acompaña

Y en cada vaso de vino

Tiembla el lucero del alba



Zamba del amanecer

Arrullo de balderrama

Canta por la medianoche


Llora por la madrugada.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Não Sei Quantas Almas Eu Tenho

Fernando Pessoa


Não sei quantas almas tenho.

Cada momento mudei.

Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma.

Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê,

Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,

Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo

É do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem;

Assisto à minha passagem,

Diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.



Por isso, alheio, vou lendo

Como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li

O que julguei que senti.

Releio e digo : "Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.