segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Eterno Retorno



Escrever é matar a expectativa.
Acabar com a esperança e destruir a certeza.

Aquele que escreve quer ser o arquiteto das palavras, criando o monumento perfeito do texto.
Tenta transformar sons em onomatopéias, desilusões em metáforas.
Saudades em eufemismo.
Com o amor se faz uma prosopopéia e da tristeza uma hipérbole.

Escrever é começar de novo...
Aceitar as falhas e a eterna tentativa de escrever o que não foi dito.

Colours - Hot Chip



Colours are what
keep me alive
colours are what
to hold in my head

colours are where my
my old meets new
colours are where my
my brain finds blue

colours and colours and colours of colours
colours and colours and colours of colours
colours and colours and colours of colours
colours and colours and colours of colours
colours and colours and colours of colours

bursts are where
i find a face
bursts are made
to colour me rich
bursts are blocks
stickle bricks
bursts of colour
until i'm sick

colours and colours and colours of colours
(i only wanted for to see)
colours and colours and colours of colours
(there's nothing in this heart but me)
colours and colours and colours of colours
(everything you want is not free)
colours and colours and colours of colours

colours and colours and colours of colours
(i'm everything a girl could need)
colours and colours and colours of colours
(there's nothing in this heart but me)
colours and colours and colours of colours
(if everything you want is free)

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças



“Feliz é o destino da inocente vestal
Esquecida pelo mundo que ela esqueceu
Brilho eterno da mente sem lembrança!”.
Alexandre Pope

“Abençoados os que esquecem, porque aproveitam até mesmo seus equívocos”.
Friedrich Nietzsche

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Stop This Train - John Mayer

No I'm not color blind
I know the world is black and white
Try to keep an open mind but...
I just can't sleep on this tonight
Stop this train I want to get off and go home again
I can't take the speed it's moving in
I know I can't
But honestly won't someone stop this train

sábado, 13 de junho de 2009

Um refúgio para chamar de seu...



Cada um merece um refúgio para chamar de seu. Um lugar que você se encontre e este lugar encontre você. Que te faça viver tudo num segundo e um segundo de tudo.

Hoje voltei para a Laje de Santos, um lugar que tanto sonhei e tanto me fez ser quem eu sou. A Pedra Mágica como é conhecida carinhosamente é um rochedo de 550 m no meio do Oceano Atlântico. Um dia perceberam sua importância e criaram o primeiro parque marinho do Estado de São Paulo. Na pedra são encontradas cores, formas e sons que poderiam nos deixar lisérgicos num primeiro momento.

Talvez os mais belos templos construídos pelo homem, não sejam capaz de trazer a contemplação, paz e harmonia que podemos encontrar lá e em silêncio podemos escutar a nossa respiração e o som do mar. Sim, o mar possui sons únicos que só um bom ouvinte pode identificar.

Alegrias, medos, inspirações, saudades, amor, euforia, sentimentos tão contraditórios e complexos veem a tona quando submergimos. Ao fazermos o caminho inverso da superfície, nos entregamos a Netuno e percebemos como somos pequenos e frágeis, quase insignificantes mas mesmo assim parte do todo numa grande teia, chamada vida.

Quando pensamos nessa grande teia nos sentimos poderosos para acreditar que podemos mudar, sejam as nossas vidas, a vida das pessoas que amamos. Dá forças para lutar por um mundo melhor.

Ao mergulhar, voltamos as nossas origens pois tudo o que precisamos é de ar e água. Voltamos as nossas necessidades e porque não felicidades mais simples.
A Pedra Mágica uniu pessoas, fazendo-as sonharem juntas e buscarem o melhor dentro delas. Muitas passaram mas deixaram suas contribuições, outras chegam e sempre chegarão para juntar esforços.

Depois de um mergulho, me dispeço novamente da Laje dos Sonhos, sabendo que novamente voltarei. Saio feliz e com a certeza que é um santuário de sonhos, um lugar testemunha de que sonhos podem ser realizados.

domingo, 24 de maio de 2009

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Angola


Parque Nacional da Kissama

Eu demorei muito tempo para postar algo sobre Luanda porque talvez esteja até agora aprendendo sobre o que foi vivenciar tudo aquilo. Ao som de Zeca Baleiro que dizia "Meu amor não vá para Luanda" eu fui para Angola.

Após extensas pesquisas sobre o país que foi dizimado pela guerra da Independência que terminou em 1975 e após isso uma guerra cívil eu pude visitar e ver de perto o que é a realidae de uma guerra num país que conhece ainda tão pouco a paz.

Ainda podemos ver sinais da guerra como um forte militarismo, tanques enferrujando nas ruas e pessoas aleijadas pelas minas terrestres. Um país com digamos tudo para ser feito. Seja em infra estrutura, saúde pública, leis...

Eu conheci lugares lindos, que sofrem a pressão do desenvolvimento com invasões, explorações ilegais e outras coisas.

Nãó é só a língua que nos aproxima do angolano, outras coisas como o famoso "jeitinho brasileiro" lá pode ser chamado de "jeitinho angolano". Mas também pude perceber semelhanças nas coisas boas, trata-se de um povo acolhedor, alegre e esperançoso.

Os angolanos quando querem se despedir de alguém dizem "Tamo junto" e foi com esse sentimento que parti de Angola. "Tamu junto" ligados por laços culturais, passado e com a esperança de que podemos construir um mundo melhor.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A menina inventora....



Ela sabia que ele não existia, como uma certeza matemática. Ela sabia que o amor não existia e por isso tratou de inventá-lo. Comprou roupas novas, se perfumou e saiu para inventar o amor. Encontrou seu desejo, buscou seu cúmplice e tratou de inventá-lo. Passou a desejá-lo, a querer amar inventado todos os dias. Sentia saudades do amor inventado e queria inventar o para sempre inventar.
O amor inventado ficou confuso e não sabia o que fazer, pois assim como a menina não sabia amar. Buscou inventar momentos, escrever cartas, poesias e desabafou nas noites inventadas.
Recortou e colocou saudades, sentiu medo de perder o amor inventado. Olhou nos olhos do amor inventado e percebeu que já não era mais tempo de inventar de amar.
Uma noite sozinha recortando e colando as lembranças do amor inventado deixou de inventar. Guardou os recortes de alegrias, as tristezas coladas e saudades costuradas em papel marché no caderno de momentos.
Guardou o caderno com as provas irrefutáveis que um dia o amor tinha sido inventado. Prometeu que nunca mais iria inventar de inventar a inventúria de amar.
Um dia, distraida pensando no amor inventado, esqueceu o caderno no ônibus.
Chorou de verdade pelo amor inventado, que agora moraria num achado e perdidos de uma estação qualquer...

quinta-feira, 12 de março de 2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Fazedor de Homens

Todo homem é uma ilha...
(Toda mulher é uma ilha).
É bom ser uma ilha distante
tanto quanto é bom ser um homem.

Todo homem possui uma ponte,
pois é preciso sair da ilha, seguro.
A ponte de um homem é um braço estendido.

Todo homem é um mundo.
O mundo roda no sistema egocêntrico
de suas realidades,
pequenos alumbramentos,
medos e coragens.

E quando o homem encara o mundo e se depara
- homem-mundo,
mundo-homem, volta à ilha:
Todo homem ama sua ilha.

II
O homem faz o homem.
E porque fez o homem, sem nem o homem querer
aufere direitos do homem.
Diz a ele: Cresça!
E ele fica mais alto.
Diz ao homem: Trabalhe!
E ele usa o corpo.
Diz ao homem: Viva!
E ele respira e existe.
Diz ao homem: Ame!
E ele não sabe como.
Mas diz ao homem: Procrie!
E ele faz homens.

Um dia ele morre.
Se a vida foi longa para viver -
é curta para morrer -
porque o homem não fez,
não escolheu, não pensou nada.

III

O que faz um homem diferente de outro homem
é o que ele pensa.
O que o transforma, também,
de um simples fazedor de homens,
num criador de homens.

Todo homem é uma vontade.
E se deixa de ser vontade
teme a perda de sua posse.

Todo homem é uma consciência.
Nela inclui o seu saber
e a parte maior do não saber,
e se aceita o fato,
é com ela que ele se entende.

Todo homem é seu corpo.
E sabe dele em contraste com outro corpo,
tal é a sua medida.
Como também, a medida de um homem é a sua carência:
porque é assim que ele se assume,
porque é assim que ele se liberta.

Quanto mais ele precisa
mais ele é maior.E dá.
Pede. Reivindica. Exige, quanto pode.
Luta e sofre.

Todo homem quer deixar sua ilha.
Temeroso de ter que voltar um dia, entretanto,
não destrói as pontes.
Enquanto isso, a ilha fica ali, só ilha.
A ponte fica ali, só ponte.
E o homem fica ali, só homem...

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Despertador

O despertador toca, são 16h. O rádio com relógio é uma das poucas coisas tecnológicas da casa. Uma tv antiga, os móveis de fórmica azul. As flores de plástico não precisam de cuidados. Os cuidados são apenas para o marido de cama. Um derrame comprometeu toda sua saúde. O despertador é programado para tocar as 8h e as 16h.
Ao tocar o despertador, ela corre para dar os remédios. A sua rotina é essa. Das poucas coisas que consegue se lembrar diáriamente é o remédio do marido. Uma rotina que criou na sua vida. Ela luta diariamente para não esquecê-la. Lutar pelas memórias é a sua virtude. As fotos de pessoas e momentos espalhadas pela casa onde cada lembrança é esquecida nos cantos...
A vida é contraditória pois passamos metade da vida tentando esquecer algumas pessoas e a outra metade tentando lembrar delas.
Ela tem Alzheimer, passa os dias lutando para lembrar como vivia. O despertador toca e ela volta para as suas lembranças, o remédio está ao lado da cama. Porém, ele não está mais lá. Quando ela chega perto da cama se despera. Fica angustiada atrás dele. A cama arrumada indica faz muito tempo que ele não está lá. Ela tenta se lembrar do que aconteceu. Uma angústia na memória e uma saudade no coração. Chora e a enfermeira vem e diz que ele já faleceu fazem mais de 2 anos e diz novamente que irá desligar o despertador. Ela implora novamente para que não faça. Precisa do despertador para se lembrar da família que um dia teve. Entender a sua saudade e chorar a sua tristeza. Pior do que ter uma lembrança ruim é não ter o que se lembrar pois somos o que vivemos e não aquilo que poderia ter sido. Ela se esqueceu novamente, voltou para a ausência de passado. Esperando o despertador das 8h da manhã para voltar a viver...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O tempo...


O tempo é relativo. Enquanto as órbitas dos planetas vão girando, as células vão se multiplicando até a sua exaustão. Uma linha reta.

O tempo muda o próprio tempo, faz este tempo virar lembranças. As lembranças são a nossa tentativa frustada de parar o tempo. Não teremos tempo para tudo.

De todas essas emoções que o tempo traz na nossa vida deve ter alguma que sirva para descrever o próprio tempo.

A vida é o acúmulo de tempos, tempos de erros e acertos de várias pessoas. Conforme esse tempo vai passando aprendemos a olhar o tempo cada dia diferente. Passamos a olhar o ontem com os olhos de hoje e pensamos que poderia ter sido diferente. Mas o tempo não pára nem para pensarmos no tempo que passou.

Talvez eu trocasse a eternidade por mais um dia com você, mas se fosse assim que coisas eu deixaria de viver ? Quantas sensações queremos para uma vida apenas? Quantas despedidas podemos suportar antes de nós mesmos nos despedirmos ?


Não sei aonde irei chegar, quem mais passará por mim, por onde irei passar. Mas sei aonde é o meu lugar...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Longe dos olhos...


As pessoas mudam,
as sensações também.

A percepção não mais equivocada que ter você era uma possibilidade.

Porém, o nosso tempo passou.

Ficou a saudade daquele beijo que não demos.

Mesmo quando nossos olhos se calaram diante do medo de seguir adiante.


sábado, 24 de janeiro de 2009

And I think to myself....what a wonderful world



"I see skies of blue..... clouds of white

Bright blessed days...."


As vezes a gente não precisa mais do que duas ondas para sermos felizes...